- Ano: 2014
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Fotografias:Andrew Latreille, Nic Lehoux
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em sua raiz, a Casa Cloister é um refúgio, um estado de isolamento dentro da cidade, compartilhada entre uma avó e seus netos. Uma parede atua como a coluna vertebral e ancora a planta da casa, atravessando desde a entrada até a parte posterior. Estão presentes elementos caprichosos, agradáveis para as crianças, de uma paisagem sinuosa de pedras às lâminas de aço personalizada que correm junto das escadarias internas. O terreno em cima de uma colina oferece amplas vistas das montanhas e do oceano, equilibradas com vistas para o jardim íntimo. O artista local Fei Disbrow desenhou uma parede escultural de aço juntamente com a escadaria, que compõem um pano de fundo para o pequeno jardim, permitindo a entrada de luz filtrada e protege a intimidade dos vizinhos. Materiais comumente tidos como frios foram manipulados para alcançar uma paleta de aconchego em texturas por dentro e por fora: alvenaria trabalhada à mão, paredes de concreto moldadas em obra e aço escurecido, formando a tríade de textura que proporciona sensação de um porto.
A pequena Casa Laneway (apartamento+garagem) é uma extensão da Casa Cloister. Completada depois da casa principal, foi convertida no destino final dos materiais de construção não utilizados do projeto anterior, como a madeira carbonizada. Seu tamanho pequeno exigiu uso inteligente do espaço e uma paleta singular de materiais. Com os dormitórios no subsolo, a casa é esculpida cuidadosamente no terreno com a encosta, para complementar a sensação de acolhimento em seu conjunto, proporcionando uma vista posterior naturalizada, com vista da cobertura verde da casa principal, alcançando qualidade lumínica e habitabilidade.
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O projeto geral une características aparentemente opostas: a escuridão deliberada, a materialidade industrial, a paisagem orgânica e o lúdico. Um artigo de Adele Weder na Azure Magazine se referiu ao projeto como "uma introversão arquitetônica", edifícios que "ressoam com drama em seu interior, enquanto projetam uma modesta tranquilidade à rua".
DESCONSTRUÇÃO E RECICLAGEM
O terreno era lar de um bangalô que datava de 1940, agora demolido. Ao invés de demolir a casa existente de forma tradicional, os arquitetos participaram de um projeto piloto da cidade de Vancouver e Pacific Community Resources para desconstruir de forma sustentável o edifício, para salvar reciclar e reutilizar seus elementos. Neste processo, participaram jovens em risco social como parte da iniciativa de capacitação do trabalho. O projeto superou a meta do programa, classificando mais de 90% do material resultante para reciclagem e/ou reutilização, e o processo imprimiu um tom e espirito positivo ao projeto como consequência influente da fabricação da nova casa.
MATERIALIDADE E TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO
A Casa Cloister e Casa Laneway é um ensaio em concreto; suas aplicações no projeto são extensas, muito variadas e em alguns casos sem precedentes. Os tobogãs de aço ladeando as escadarias fazem referência ao processo de verter concreto na betoneira, proporcionando um toque conceitual e uma experiência lúdica para os netos do cliente, além de um espaço reservado para a futura evolução das necessidades de ambulatório. A equipe de construção trabalhou com um sistema de moldagem modular utilizando unidades de 4’ x 8’ que se enfrentam com a língua carbonizada e a ranhura de tábuas de madeira, que poderiam ser facilmente manobradas no terreno e reutilizadas para verter concreto novamente em outro lugar. As tábuas de madeira carbonizadas deixaram uma superfície rústica de alto relevo no concreto. Para iniciar o processo de construção antes da aprovação das licenças municipais, a montagem de painéis modulares começou fora do terreno. Além dos benefícios de manter os contaminantes ambientais fora do bairro, esta estratégia inovadora levou a um programa de construção mais compacta. No espírito de defesa das práticas de construção de descarte consciente, o excesso de concreto foi utilizado para fazer degraus retangulares para o caminho que leva ao jardim dos fundos. Além disso, uma porção das tábuas utilizadas para cofragens do concreto foi recarbonizada e reutilizada como painéis estruturais e de paredes internas. O aspecto resultante foi uma elegante preservação de ferramentas de formação, juntamente com o produto acabado.
"A escolha dos materiais também permite um ambiente bastante limpo, essencial para o problema da asma do cliente (por esta razão não há nenhum painel de gesso em todo o projeto). Acima de tudo, esta é uma arquitetura que celebra as glórias subestimadas obscuridade e um enclave denso." (Weder, 2014).
Entre ambos os projetos, vemos uma paisagem sinuosa de pedra que aparenta ser originária do terreno, mas que foi composta cuidadosamente como superfície de brincadeiras para as crianças. Os arquitetos chamaram Tamatsu Tongu para elaborar a paisagem de rocha e as paredes características. Juntos, eles selecionaram as pedras da pedreira em Squamish, onde Tamatsu deu forma à rocha antes de trazê-la para o terreno.
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